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28/10/2025

Oftalmologia

Lacrimejamento no adulto: causas e soluções em linguagem simples

O lacrimejamento constante (epífora) incomoda, atrapalha a visão e pode irritar a pele ao redor dos olhos. Na maioria dos casos há tratamento, mas é importante entender por que ele acontece.

Principais causas

  • Mal posicionamento palpebral (ectrópio ou entrópio): a pálpebra vira para fora ou para dentro. Isso desalinha o ponto lacrimal e dificulta a drenagem da lágrima.
  • Alergias oculares: a coceira leva a esfregar os olhos, aumenta a inflamação e a produção de lágrimas.
  • Uso de colírios (especialmente com conservantes): pode irritar a superfície ocular e provocar lacrimejamento reflexo.
  • Radioterapia e quimioterapia: podem estreitar (estenose) os canais da via lacrimal e favorecer infecções.
  • Olho seco que leva a lacrimejamento reflexo
  • Blefarite (inflamação das pálpebras)
  • Obstrução parcial ou total dos canais lacrimais
  • Infecções da via lacrimal (dacriocistite).

Como o médico investiga

A avaliação inclui exame da posição das pálpebras, teste do ponto lacrimal, coloração com fluoresceína, testes de avaliação do olho seco ( Teste de Schirmer e teste da lisamina verde ou rosa bengala), expressão das glândulas palpebrais irrigação/sondagem da via lacrimal , e quando necessário , a avaliação de um otorrinolaringologista com a endoscopia nasal.

Tratamentos clínicos (não cirúrgicos)

  • Lubrificação da superfície ocular: lágrimas artificiais sem conservantes e higiene palpebral para blefarite.
  • Controle da alergia: colírios antialérgicos (estabilizadores de mastócitos/anti-histamínicos) e medidas ambientais; em casos selecionados, uso curto de anti-inflamatórios sob orientação.
  • Revisão dos colírios em uso: trocar para formulações sem conservante ou ajustar esquemas que estejam irritando a superfície ocular.
  • Antibióticos tópicos ou orais quando há sinais de infecção.
  • Dilatação e irrigação do ponto/canalículo lacrimal em obstruções leves.
  • Tratamento do olho seco (compressas mornas, higiene das bordas palpebrais e, quando indicado, tampões de ponto lacrimal para reduzir a evaporação).

Tratamentos cirúrgicos (quando a causa é mecânica/obstrutiva)

  • Correção do mal posicionamento palpebral: técnicas para reposicionar a pálpebra. Ao realinhar o ponto lacrimal, a drenagem melhora.
  • Punctoplastia: ampliação do ponto lacrimal quando ele é estreito.
  • Intubação com silicone: um “stent” fino que mantém os canalículos abertos durante a cicatrização.
  • Dacriocistorrinostomia (DCR) externa ou endonasal: cria uma nova passagem entre o saco lacrimal e o nariz quando há obstrução no ducto nasolacrimal. É o padrão com maior taxa de sucesso em obstruções completas. Esta poderá ser realizada com laser diiodo em casos selecionados.

Uso de laser diodo

Em pacientes com inflamações/infecções recorrentes e condições clínicas que impedem uma cirurgia mais agressiva, o laser diiodo pode ser utilizado para desobstruir ou ampliar trechos estreitos da via lacrimal e reduzir as crises. É uma alternativa menos invasiva, feita por via endocanalicular ou endonasal, com recuperação geralmente mais rápida. É importante saber que:

  • A taxa de recidiva (voltar a obstruir) costuma ser maior do que na DCR tradicional.
  • O custo do procedimento pode ser mais elevado, pois envolve equipamento específico e materiais próprios.
  • A indicação é individualizada, após avaliação do local e do grau da obstrução.

Quando procurar ajuda

Se o lacrimejamento é persistente, vem acompanhado de secreção, dor, pele irritada ou visão borrada, marque uma avaliação. O tratamento correto depende de identificar a causa e, muitas vezes, combina cuidados clínicos com procedimentos para restabelecer a drenagem da lágrima.

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